XXXIII. OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS?

Na sociedade de hoje, as pessoas só pensam no seu próprio bem-estar. Querem se sentir bem a qualquer preço e não importa o que tenham que fazer para conseguir o que querem. Se tiverem de ser desonestas para ganhar muito dinheiro, serão, independentemente das conseqüências que isso trará. Se tiverem que tirar alguém do emprego para ficar no seu lugar, farão. É como se o sentimento dos outros não tivesse mais importância. O individualismo tomou conta da nossa sociedade, e viver virou uma grande guerra, onde é preciso vencer sem se deixar ser vencido; o objetivo é apenas se dar bem na vida.

Mas aí vem a pergunta: Para que isso? Pra que tanta ganância, tanta vontade de ser melhor que o outro? Será que fazer o bem de vez em quando não traz mais satisfação, ainda que não se ganhe aquele cargo de chefe ou tanto dinheiro quanto se poderia ganhar?

O que falta às pessoas é aprender que a vida é muito curta e não levamos nada daqui. Se vivemos preocupados em tirar os outros do caminho nunca vamos ser felizes de fato; pois, quando se chega ao topo, descobre-se que desperdiçamos nossas vidas. Quão melhor não é praticar o bem, ver o sorriso no rosto de alguém? Quem se preocupa com os outros e não apenas com si próprio sempre dorme com a consciência tranqüila e, quando chega ao final da vida, tem certeza de que de fato construiu uma trajetória e mudou a vida de outros. No fim , o bem estar daqueles que não são egoístas e não fazem qualquer coisa só para chegarem aonde querem, é muito maior que o daqueles cujo lema é “Os fins justificam os meios.”

CLARISSA – T. 1101